ADUBAÇÃO DE PASTAGEM – ANÁLISE DE SOLO – PARTE II
Um programa de manejo da fertilidade de solos da pastagem, deve contemplar as seguintes etapas: a) escolha da área que será corrigida e adubada; b) medição e mapeamento da área; c) amostragem de solo e envio das amostras de solo ao laboratório; d) análise laboratorial; e) interpretação dos resultados de análises de solo e recomendações de correção e adubação; f) planejamento e execução do programa; g) práticas corretivas: calagem, gessagem, fosfatagem, potassagem, correção de micronutrientes, correção da matéria orgânica; h) tipos de adubação: química, orgânica, orgâno-mineral; i) métodos de aplicação: manual, tração animal, tratorizado, aéreo, foliar, fertirrigação; j) avaliação dos resultados: resposta técnica e econômica;
Para iniciar-se um trabalho de manejo da fertilidade do solo, precisa-se primeiro conhecer os métodos pelos quais pode-se avaliar a fertilidade de um solo. Esses métodos são a análise química e física do solo, a análise de solo é o método mais usado em todo o mundo e constitui o único método que permite o conhecimento adequado da capacidade de um solo suprir nutrientes para as plantas antes do plantio. Apesar de ser uma tecnologia simples, relativamente barata e de importância estratégica, não é utilizada pela maioria dos agricultores brasileiros (é provável que menos de 20% fazem o seu uso). As etapas do processo de análise de solo são três: amostragem, análise laboratorial e interpretação dos resultados.
A amostragem é a etapa mais crítica do processo, pois é a mais sujeita a erros e, por isso, deve ser criteriosa, e esse erro na amostragem vai resultar em erro no resultado da analise de solo e vai empaquetar em erros em todos os processos a frente. Dada a sua relevância, a amostragem de solo deve ser cuidadosamente planejada, iniciando-se com a elaboração de um plano de amostragem, para o qual se faz necessária uma planta ou um croqui da área.
Uma amostra deve ser proveniente de um mesmo tipo de solo (mesma cor, textura, topografia, vegetação natural, drenagem, o manejo anterior deste solo). No caso da pastagem, ainda devem ser observados os tipos de forrageiras presentes na área, a idade do pasto e o manejo adotado. Devido ao grande número de fatores que determinam uma área homogênea, o tamanho desta pode variar entre 1 a 50 há. Deve-se coletar 15 a 20 amostras simples para compor uma amostra composta. Misturar bem as amostras simples e retirar 300 a 500 g de terra para enviar ao laboratório.
Em pastagens já implantadas e que estão recebendo corretivos e fertilizantes a coleta deve ser anualmente na camada de 0 a 20 cm e no quarto ano amostrar também na camada de 20 a 40 cm. Para a implantação da pastagem, coletar no mínimo seis meses antes do plantio, e em pastagem já implantada, coletar no mínimo três meses antes da calagem. Evitar coletar com o solo muito úmido. Se o solo estiver um pouco úmido, colocar a terra coletada sobre uma superfície seca e limpa e deixar secar à sombra. As amostras de terra úmida, enviadas ao laboratório, principalmente dentro de sacos plásticos, sofrem alterações químicas que podem mascarar os resultados de análise. Sempre usar recipientes limpos para coletar e alojar as amostras, nunca usar saco de sal mineral, ou baldes onde foi produtos de limpeza. Também é muito importante que se faça uma boa identificação dessa amostra, escrevendo o nome da fazenda, proprietário, município, camada, data e qual pasto que está sendo retirada.
Autor: Mateus Contatto Caseta – Zootecnista Sócio/Diretor Contatto Consultoria Ltda
Data: 29/10/2016