SUPLEMENTAÇÃO NA ÉPOCA SECA PARA RECRIA ENGORDA
Em termos práticos o que temos visto de resposta de suplementação na seca utilizando suplementos de baixo consumo para animais de recria engorda, pastejando uma forragem de baixa qualidade (teor de proteína bruta da forragem menor que 7%), são respostas positivas de ganho de peso. Animais apenas com sal mineral + ureia tendo consumo de forragem, no mínimo de 1,8% PV de consumo o ganho de peso fica em torno de 0,27 kg/animal/dia. Ao adicionar suplemento com teor de proteína bruta de 15 a 30% com consumo de 0,26% PV o ganho de peso passou para 0,42 kg/animal/dia, ou seja, praticamente o dobro que o animal vinha ganhando apenas com sal mineral + ureia.
Mas vale lembrar que esse manejo de suplementação deve ser feito apenas quando houver disponibilidade suficiente de pasto para garantir o consumo de matéria seca, caso contrário será um “tiro no pé” pois você estará estimulando o animal comer mais forragem e aproveitar essa forragem melhor no rúmen dando o suplemento, mas não há forragem para o animal ingerir, onde não ocorrerá o desempenho desejado e aumentará custo de produção.
Em outro estudo, os animais na época da seca recebendo apenas sal mineral, tiveram um consumo de forragem de 2,88 (kg MS/animal/dia) o que obtiveram um ganho de peso de – 0,11 kg/dia, quando se adicionou 0,3% PV de suplementação com 27% de PB no suplemento o consumo de forragem caiu para 2,58 kg MS/animal/dia porém o ganho de peso passou para 0,24 kg/animal/dia, tendo portanto um efeito positivo da suplementação neste caso. Quando ofereceu 0,6% PV do mesmo suplemento, o consumo de pasto não teve alteração mantendo em 2,57 kg MS/animal/dia porém o consumo de suplemento aumentou o que acarretou em um ganho de peso na ordem 0,34 kg/animal/dia.
Claro que toda suplementação deve ser feita uma analise econômica para verificar se a mesma está sendo viável, veja que nesse caso a suplementação dobrou, passando de 0,3% PV para 0,6% PV e o ganho de peso aumentou em 41%. Ano a ano essa analise de viabilidade econômica da suplementação deve ser feita, uma vez que os preços dos grãos (milho e soja) mudam o que afeta o preços desses suplementos proteinados.
Autor: Mateus Contatto Caseta – Zootecnista Sócio/Diretor Contatto Consultoria Ltda
Data: 26 de abril de 2017
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